Eu não faço amor com a televisão
Eu me corto ouvindo Hurt do Johnny Cash
Eu choro sob um assobio prolongando de
bombas despencando dos céus
Eu aparo o sangue que escorre pelo meu
nariz
Por causa do sol forte.
Eu só fraca pra coisas fortes e o sol é
uma delas
É mentira aquilo que eu disse,
Eu ainda todas as noites subo na janela
esperando você passar,
Mas você nunca passa você não passou mais
É você venceu eu perdi
É isso que você queria ouvir? Pois então,
Você me quebrou, eu admito que estar
longe de você me causa medo
Aterrorizo-me, quando ouço passos penso
que é você chegando
Mas é o Marley que está impaciente
Ele já comeu parte da mobília
Vou ter de levá-lo num psicólogo pra
cachorros, e existe?!
Hoje eu chorei menos que ontem, minha
cabeça parece que ia explodir
Hoje eu deixei o lado da cama que você
dormia bagunçado
Hoje eu me penitencie, eu não podia ter
te perdido, não assim
Fui ao cemitério pela manhã
E colori seu tumulo com margaridas, eram
suas preferidas não é?
Eu e Marley passamos pelo memorial, e
deixamos cartas e pegadas em sua
Homenagem, eu sei que ele te ama muito,
eu também te amo.
Ontem eu morri hoje eu vegeto ninguém quer
desligar meus aparelhos,
Por quê?
Tirei fotos vintages com um vestido
florido cheirando alfazemas
Tirei fotos com as mãos sujas de terra na
horta dos fundos
Marley derrubou a maquina e ela estragou,
Nosso filme queimou.
(Vinicius Sousa)
Nenhum comentário:
Postar um comentário