08/12/2011

Confissões De Uma Trova


Cada nova cor que raia junto com o dia que se atrapalha em me acordar do meu sono, outrora de amor, cada velho sentimento que brota em meu peito há muito tempo maculado, me fez sentir livre pra correr e dizer-te que meu amor dá pra nós dois.
Mais sei que te esvai de mim como areia por entre as mãos, e nesses pés cheios de historias e andanças, que a vida se mete a contar; tenho medo de que essa noite seja a primeira e ultima. Rodopiando por entre as ruas velhas, eu agora lhe vejo ao relento procurando pelo nosso ar.

Oh donzela que dissipou meu peito em sangue, me fez suar as mãos, me ninas em pensamentos... Agora estou cá precisando de seu amor pra viver. E mesmo sem poder te ter. Vou lhe querendo assim mesmo, tão vil, tão ardil. Roseira, que és menina coberta por espinhos, no centro seu amor vai se despetalando, minhas mãos já honrosas de terem tocado as suas, nãos se limitas mais, uma vez a aparar as rosas que vão ficando ressequidas.
Eis garoto, que de menino tivestes o dom em me conquistar, e por isso não menos eu lhe jogo, rosas e mais rosas em seus pés que se apóiam nesses ossos estremecidos de cansaço, e me pões-me a me enamorar, oh! Lindo jeito de amar, alma agora não mais vaga pela presença de afeto; e de ontem não espero o hoje, pois tenho pressa de amá-lo, dizem que quem ama tem pressa, e mesmo não sabendo se posso, vou, com coração na boca e desarmado de interrogações.

Desbravando o mar, quebrando grilhões, na inconstância de seu sim, meu coração pula no vai e vem que a barca pinta o mar. Trovador de praças e bailes recita o nosso amor porque é pouco demais somente frisá-lo no papel. Abraçando-me em memórias, seis que pode estar. Procurando-me entre nossos diversos abraços, me ponho a sorrir para a lua que és cúmplice de nossa paixão de amar.Estarrecido pelo bom ar que faz aqui fora. Leva minhas confissões de saudades até seus ouvidos, andorinha. Estarrecidos agora pela confusão de amar: no enlace do amor a paixão se esfriou, a saudade o rio levou, de abraços por abraços, fico com teus, que breve me renovarão novamente.

Do cheiro de campo, do cheiro de mato, me embriagando em seu sórdido e infortúnio desejo de paixão, mais amor meu, acaba como brasa, é fogo que nos consome e some, me beija a boca e some, mais faz questão de aparecer em cada alvorecer do dia. Porque a minha agonia entristece-me os olhos? E a noite me emburrasse? Por não mais sentir seu cheiro, que de horas poucas é melhor sentir dor por alguns poucos minutos, e delongas de segundos que mais me parecem uma eternidade.Já não me surpreendo mais em saber que seu pago foi à solidão, comum de você, mais não fico por menos, porque à noite, o frio abraça meu corpo no relento dessa madrugada me desgasto em lagrimas espatifadas pelo sofá, pelo móvel, encardindo as roupas. Com seu apoio me tornava um baluarte, mais sem ele sou menos que um mero castelo de areia feito na beira da praia que águas do mar batem sem dó nenhuma, e vão desmanchando a felicidade, que pensava que não fosse inventada, mais minha certeza agora não está mais fincada no firmamento de nosso amor.

Estar perto de tu e mais nada, deixar que meu orgulho e meu destempero se esvaiam por inteiro, pois o momento agora és teu meu bem, inteiramente teu, não posso sair daqui, não agora, não me condicione mais ainda a estancar feridas porque que sei que não irei conseguir venho de longe, do mesmo longe que provocara nosso termino, da mesma insensatez do meu ego, mais sei que te amo e porque te amo só quero que sejas feliz.Brota aqui dentro em meu âmago a dor da sua ida sem vinda, caminhos, novos passos que agora darei sozinha, mais o bom é que sei que fomos felizes e levo isso para que meus novos amores aprendam como tu me fez feliz, mais agora estou numa reconstrução de mim mesma, tijolo por tijolo eu tento levantar a minha auto-estima, poderia dizer que fostes o sonho que nunca tive porque era bom demais pra ser verdade, mais a verdade é que tive a realidade com todo o alcance de seu amor, foi melhor que qualquer sonho de mentira, que ao amanhecer some, brota e some.

Lembro como se fosse anteontem e parece que fora muito tempo mais foi mesmo, os verbos que outrora conjugávamos no presente se tornaram passado, junto de todos os presentes, lembra como o cheiro de seu cabelo me embriagava e em frente ao espelho olhava a mulher que nasceu pra ser minha e vice-versa, mais chegou uma hora que a rotina desse amor cansou, e depois eu levo... Você leva com a barriga, colocamos panos quentes, em uma coisa que estava entrando em hipotermia, fui feliz como nunca fui, em minha vida. Lembra quando nossos sorrisos se prendiam na boca e nossos olhares se emudeciam na presença daquele quarto que nos convida para uma noite infida de prazer e amor? Mais agora, parado aqui em meio a nostalgias de momentos felizes, e de sorrisos não mais correspondidos, eu vejo que só consegui abraçar lembranças que de uma forma trágica as perdi. Sou sincero. Eu não nego  que essa ultima palavra; ficou linda, “trágico”, mais não foi trágico, porque simplesmente, ouve o desgaste de nosso amor.

Oh! Amor de soluços não deixe que meu ser se estremeça perante seu olhar, eu disse para mim mesma, amor nunca mais! Como todos sabem mais eu não sabia, ele cega então me guie por uma estrada sem curvas, não deites sua língua em meus lábios, pois me conheço, e sei que no outro segundo me queimo diante de tu, com desejo a flor da carne.
Era a ciranda que fazia dela a cigana sem rumo, esquizofrênica na sua passagem de amor. Ritos e mais ritos em uma encruzilhada cheia de pontos finais, vírgulas, textos por serem escritos, frases não ditas, parada no infortúnio do tempo que gelando o corpo ia, ia se afastando, se desbotando, se desolando, se descrendo com duvidas enlouquecedoras, se amor mata mesmo, ou se matamos por amor, pois caída no chão pedia um raro e enorme sorriso naquela boca que o tempo levou.

Era glória, gloria que de passado não lembrado, ainda mesmo assim a feria em seu subconsciente. Vai rindo de mim. Menina que se sabotando a cada passo vai, se finda pelas veredas do desastre eterno. Que com pouco amor ainda vai, mesmo que cega, pela rejeição do medo, largada pela solidão que cansou de ficar só, vai se dissipando pelo vento, hora boa aquela em que não caminhava como agora para sua cova eterna. Perpetua mulher com lagrimas pra secar. Não passes meu vestido de luto, deixe ai os sapatos, contenham-se, pois detesto despedidas. Era obvio que disseram que mata, burburinhos, a morte a convidara a seu deleite, a passos covardes de que numa tentativa frustrada seu  amor se escandalizaria por ela em seu passo final. Ela vai, se permite olhar para trás pela ultima vez, rasga seu peito, joga seu coração pelo ar e cai.
É meu amor, o medo nos exonerou o amor outrora ficou ainda a lhe machucar, com ferro gritante que em sua carne vai desconstruindo cada fato de lembrança que amarga foi, pelo menos pra mim não dói mais, nunca mais.
Descanse em Paz; ou melhor, um... Até logo!

Como não disse a nenhum outro

Há Joaquim de Melo Neto meu mais perene amor.
Tem tanta coisa que ainda não falei, não declamei, não seria justo me despedir sem dizer te amo! Despeço-me agora do mundo com um sentimento de inutilidade, tendo eu sabido que não mais suporto, a forma com que banalizaram o meu amor, o nosso amor, vou triste, mais talvez sejas feliz do jeito que não fui, o pouco que não estive ao teu lado materialmente andando em desconsolo ao que me fazias viva. Fui à garota da cena, a personagem inútil, com um papel de coadjuvante, despeço-me com beijo de vilã, sei que por mais que os mares tenham sido controversos aos nossos desejos, marcamos etapas que iremos levar mesmo depois da morte, que é essa outra fase depressiva, e idiota, mais todos passam de gênios a imbecis, todos passam, não há acalento no mundo que preencha a dor de uma perda a dor de um adeus... Assim sei mais se servir te amarei mais que paginas marcadas, mais que fotos congeladas, te amarei por amar, é não nego, ainda continuo me enveredando em seus braços em nossa fuga clandestina. Um... Até logo, sua pequena Maria Madalena de Vaz e Nóbrega. Seu amor de trovas.

(Vinicius Sousa)

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