26/11/2011

O Véu que rasga o véu


Amor demais machuca. Vida demais desgasta, desmancha, descora e, a morte? Defini-la não é uma de minhas especificidades, deixo a cabo, esse estranho e conspiratório, pra quem já provou de tal desabo, deixo acabo de Álvares, minha mais perene rosa branca falida de vida, num brejo que a morte deu rasantes por sobre a água. Deixo que comentem Shakespeare e Da Vinci, que esboça tal, no quadro, sem precisar de bocas pra professar tamanha incógnita. Deixo aos meus poetas mortificados em vida, adoradores dependentes cruciais da morte, a veneranda do restante infinito, invisível, a incógnita que revivo num revi Val de odes catastróficas, vida a vida, dia a dia.  Um balanço sinuoso faz uma ginga desproporcional nos meus quadris, a vida vai escorrendo pelos pés, vai sendo arrastada como água suja para os bueiros de uma mortandade falida e, pretérita em seus valores, que penam e queimam no arcaico, não do que vós imaginais ou possa imaginar, não, nem ao perto globalizada e digna, a vida escorre, pelos pés das cascas e já não existe nenhuma alma, quiçá sobrevivente dentro de uma casca jaz inconsciente.  “professem as bocas, resmunguem os surdos, os ouvintes sem quaisquer interesses não ouvem, ou fingem não ouvir?”

(Vinicius Sousa)

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