09/12/2011

Remediar o Irremediável


Você quer falar sobre perdas? Cortes e rasgos? Como não baby, como não dá mais pra remediar o irremediável. O vinho te deixou cético enquanto o nosso amor tremelicava e se agarrava de medo pra não cair. O vinho te deixou ausente, é me esquecer ainda não foi tudo. E remediar o irremediável talvez não tenha sido o meu tudo. E que quem disse que sou feita de parte inteiras e não de metades? Eu vivia me perguntado. Você acredita em distância? Pois se acredita então se prepare, para sentir seu corpo sendo inundado de feridas. Você acredita em distância? Então comece a apertar o cinto, e apostar todas as suas fichas de olhos fechados nisso. Pois fechar e deixar você ser guiada, parece algo, a que se dizer impossível, mais você lembra que foi prometido sem mesmo um abrir e fechar de bocas, que ele iria superar até distâncias. Prepara-se para as rajadas de vento, que irão abrir sua pele, como um peixe retalhado, se prepare para os climas de geada, pois ele deve lhe esquentar pelas costas. Vocês estão a duzentos quilômetros por hora, um bom e velho uísque lhe esquentou a garganta, mais você precisa de mais, e o calor que ele te transfere, está sendo apagado aos poucos pelo vento de despedida. Você lembra quando lhe perguntei, se acreditava em distância? Então. Não é preciso, ou talvez seja preciso. É mais perto, é mais sufocante, não de distância, pra remediar o irremediável. O seu calor está virando hipotermia, os lábios dele, estão se desprendo de seu pescoço, e agora você espera que uma rajada de vento, lhe carregue pelos braços, pois o seu fim é irrefutável. Não é preciso se acalorar em um braço, que só lhe devolve frieza, então te pergunto, o calor te alimenta? Se sim. O que está fazendo nesses braços? Solte-os, pois vai morrer a míngua.

(Vinicius Sousa)


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