Você
quer falar sobre perdas? Cortes e rasgos? Como não baby, como não dá mais pra
remediar o irremediável. O vinho te deixou cético enquanto o nosso amor
tremelicava e se agarrava de medo pra não cair. O vinho te deixou ausente, é me
esquecer ainda não foi tudo. E remediar o irremediável talvez não tenha sido o
meu tudo. E que quem disse que sou feita de parte inteiras e não de metades? Eu
vivia me perguntado. Você acredita em distância? Pois se acredita então se
prepare, para sentir seu corpo sendo inundado de feridas. Você acredita em
distância? Então comece a apertar o cinto, e apostar todas as suas fichas de
olhos fechados nisso. Pois fechar e deixar você ser guiada, parece algo, a que
se dizer impossível, mais você lembra que foi prometido sem mesmo um abrir e
fechar de bocas, que ele iria superar até distâncias. Prepara-se para as
rajadas de vento, que irão abrir sua pele, como um peixe retalhado, se prepare
para os climas de geada, pois ele deve lhe esquentar pelas costas. Vocês estão a
duzentos quilômetros por hora, um bom e velho uísque lhe esquentou a garganta,
mais você precisa de mais, e o calor que ele te transfere, está sendo apagado
aos poucos pelo vento de despedida. Você lembra quando lhe perguntei, se
acreditava em distância? Então. Não é preciso, ou talvez seja preciso. É mais
perto, é mais sufocante, não de distância, pra remediar o irremediável. O seu
calor está virando hipotermia, os lábios dele, estão se desprendo de seu
pescoço, e agora você espera que uma rajada de vento, lhe carregue pelos braços,
pois o seu fim é irrefutável. Não é preciso se acalorar em um braço, que só lhe
devolve frieza, então te pergunto, o calor te alimenta? Se sim. O que está
fazendo nesses braços? Solte-os, pois vai morrer a míngua.
(Vinicius
Sousa)
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