18/01/2012

Dos Lamentos Que Nunca Disse, ou Disse?


   Vi o sentimento brotando do fundo do âmago, e se começa de lá é porque é de verdade, e vi chegando ao fim do túnel sem gosto algum. Como plenos desconhecidos se debatendo em olhares rápidos numa passagem pela avenida paulista. Mas é assim mesmo, alguns amores começam doces e terminam amargos, repetindo o velho e ardoroso clichê, é um café que queimou, mas que foi usado e no outro dia reusado, virou café requentado numa vitrine da Oscar freire onde pobre não entra e tudo volta ao normal, separados não por barreiras ou obstáculos, mas distante por uma força imaterial chamada fim. As noites vão mais frias que as passadas, às vezes penso, em fazer da solidão a minha opção, ela seria então meu barco e eu seria a vela, o mastro que a guia, para lugares silenciosos, típico de quem já morreu e não admite, mas não aqui, deforma alguma, quero tornar essa crônica um piegas barato sobre amor terminado. Sou sim o livro desbotado da estante mais descascada, fui usado e abusado, numa forma prazerosa de que me lessem e comessem com os olhos.

   Mas o principal aqui não é o término, ou amor, ou alma e etc., esses são os panos de fundo que cobrem o final da encenação que são divididos cada um na sua etapa chamada de cadeia complementar, retomando como disse anteriormente, o foco principal não é sobre nenhum desses temas, o foco aqui é a vida como um todo, e o que se passa nela enquanto ser vivente, e a melhor palavra e o sentimento que expõe as minhas fraturas, é o amor, por isso deu discorrer tanto sobre esse tema que vem me acompanhando há anos, desde o berço, e de lá para cá só tem piorado. A forma como eu amo a forma como as pessoas me amam, achava eu numa fase bem atípica da minha vida que todos deveriam seguir a minha cartilha, e não me decepcionar é porque os tombos que eu levei considerados poucos admito, mais terminais. A gente circula, circula, da voltas e acaba morrendo nessas palavras supérfluas que não acrescentam de nada a vida, talvez esse seja um dos motivos porque gosto de jogar no papel, assim me livro do que não me faz bem, e que encardi a esperança que eu tenho de voltar a sorrir mesmo ontem eu tendo chorado. Acho que não consigo ir mais além, vou ficando por aqui com a leve certeza de que o meu poço de lamentações esvaziou, e que de lá do alto da torre eu vou morrendo seco porque a terra está longe das raízes. É eu morri aqui, inda bem que não escrevo pra viver, se não estava passando fome. Até um próximo lamento, ou uma peça decadente que eu venha a fazer, convindo a se sentarem na primeira fila, da decadência que não sai de cartaz. Bons dias. Até me desculpando eu reclamo. E ainda reclamo. Ah!

(Vinicius Sousa) 

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