10/02/2012

Até Nunca Mais Johnny


O nosso amor é mais que um constante exílio, você é capaz de soletrar uma palavra em doze línguas e eu cheirando seu suéter pedia com os olhos murchos que você não me abandonasse em mais um dia que eu morria longe dos seus lábios, as escadarias da igreja de São Miguel pareciam intermináveis, é como se o aperto fosse demorar e o doce na boca fosse ficando amargo, entende Johnny, agora o que escrevo aqui, é o que a minha imaginação tece isso é o que eu gostaria que se tornasse real, mas de pirraça eu morro longe dos seus lábios. Eu posso me declarar em quanto o sol morre e cede lugar a passional lua que rega meu cabelo do seu cheiro nesse olfato que é mais apurado porque você está perto.

 Eu vou fazendo serestas no papel de arroz porque eu sei que os detalhes é só o que falta, enquanto eu me engano sabendo que se eu me definho é porque há mais de três meses o seu olhar não perturba o meu. Meu amor não vá, sem eu lhe mostrar as musicas do Cash, eu dizia que ele tinha escrito pra nós, pensando em dois casais que separados por questões do destino, estavam partidos desde então, porque sentiam que faltava algo, mesmo que os mesmos tentassem preencher com outras coisas era só ilusão meu amor, essa coisa de que entrando ar pela janela você poderia improvisar para que o ar não rasgasse a pele e cutucasse a mente, era então que descobri que a sua efemeridade ia te custando lagrimas que iam se transformando em amargor, por quê?

 Porque não fazer dos meus sábados algo que se devesse viver, a gente tinha uma vida e a desperdiçou procurando no lugar errado as soluções pros nossos desencontros, sendo que nada mais existia além de mim e você, nós éramos o centro, e você por algum motivo via coisas onde não existiam, a ilusão foi sua pior inimiga, a insegurança te deixou tremendo na base. E eu aqui contando os fatos de um presente no passado, não tenho lagrimas pra derramar, tudo se foi tão tarde, nós pulamos duas vidas e ainda morremos na praia. E eu? Eu não sei de nada, pra onde tenho de ir agora, eu podia simplesmente aceitar, mas eu sou tão passional que admitir que no fundo tudo fosse uma ilusão maquiavélica da minha cabeça, me causava medo de cair do alto das estrelas emperradas num chão duro e de pouco solução, e descobrir que eu errei quando imaginei nós dois. E por fim quebrar a cara.

Essa foi a ultima. Até nunca mais, porque hoje eu me “livrei”? Desse encargo de consciência, mesmo que isso tenha sido só minha ilusão. Assim sempre demente e pendente de amor.

(Vinicius Sousa)

2 comentários:

  1. Lindo texto. Você escreve muito bem.
    Quisera eu escrever assim, rs.

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  2. Awn fico feliz que tenha gostado, esse foi como um término de um pequeno capítulo da minha vida que eu tive de encerrar. E você escreve tão bem ou melhor que eu.

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