14/02/2012

Dois séculos e dois anos (22).

22 anos depois, vinte e dois anos se passaram, e ainda eu não sou nada, hoje era pra eu comemorar, mas estou frustrado? Dia de são Valentim e as pessoas se importam mais em ficar em casa com uma grande caixa de chocolates. A verdade é que elas não fazem isso por maldade ou por opção própria.
 Eu sem alguém pra chamar de “amor” hoje me vejo sem dois presentes, eu pago em dobro o preço de ter nascido num dia em que eu merecia ser feliz duas vezes, eu com meus belos dramas e minhas melancolias infundadas, só sei falar sobre algo que não tem reparação, quem saiba ano que vem? 
Talvez seja diferente, se eu fizer diferente, a começar sair de casa, ver como o céu não está tão escuro assim, e ver que o frio é bom também que ele me enche mais e mais de melancolia, mas que ele traz o conforto de não se fazer frio por conta própria. Já se passaram dois séculos e dois anos, e eu estou aqui, afundando no abismo negro do meu quarto, que não é mais parado do que minha vida porque de vez em quando deixo entrar vento pela janela e ele enfim se acaba úmido, por uma manhã inteira, por uma tarde inteira, por uma madrugada que não passa.
Talvez esteja escrevendo somente pra mostrar minha indignação com a apatia que tenho me mantido, até num dia especial onde eu deveria estar comemorando, onde o certo seria os amigos pra ligarem, onde o certo seria eu me desintegrar dos problemas e passar um dia em festa com o meu próprio ser, e depois quem me ama e vive a minha volta.
 Pena que não é assim, ainda é um projeto, meio louco, pode ser, que venha a se realizar daqui a vinte e três anos depois ou a dois séculos e três ano depois, não sei, hoje o que me resta é dormir, ainda faço isso pra passar o medo de que quando acordado estou, estou sozinho, pois quando durmo o mundo é só meu, eu moldo tudo, eu invento ou melhor reinvento, uma realidade que não é minha, mas que era pra ser. Feliz dia dos namorados.
(Vinicius Sousa)  Como acordar sozinho, viver sozinho, passar o aniversário só. 

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