03/08/2013

Vibrações

Os dutos escondem algumas sobras de certezas. Tenho a leve impressão que as augustas são mariposas sobrevoando a noite cálida e esotérica de São Paulo. Eu traficaria seus sentimentos, os exporia na frente dele e de olhos vendados escolheria o melhor, suas mãos parecem não detectar sua mentira, e o medo me consome quando ele some em meio às sombras daquele silêncio por mais de uma semana. As figuras se subverteram com o tempo, eu não sei se ele tem outros amores ou uma caixa abarrotada de ilusões baratas e finais para um fim de noite efêmero ou alguns finais de semana mais prolongados. Quem sabe as férias de verão ajudem-no a perceber que a sua vida não ao meu lado, às vezes tenho a impressão de que ele se engana ou quer mesmo isso, não sei, e fico assim, uma mala atracada no porto da saudade cheia de duvidas.
 
Lembro de uma vez em que falei de amor com uma prostituta e depois um padre eles me diziam coisas diferentes, as experiências sempre influenciam tudo. A minha ideologia é meu amor. Era a partir deste, que eu podia pensar em todo o resto e agir todas as coisas. Quando sua boceta tocou meus lábios quentes e seus gemidos penetraram a minha pele na letargia do absurdo morri na nostalgia dos sonhos que criávamos num futuro terminal. As manhãs pareciam contemplar o meu amor, porque acordava com um gosto na boca de algo vencido. Era um jovem deverasmente louco e velho, estava amando o inconcebível, mergulhando num mar de raios numa pele sofrida e dura de cicatrizes. A viagem que você fez escondeu a minha dor e meu temor, toda vez que as ondas espelhadas se erguem, e mais uma noite vaga no ar penso em como deve estar, como tem passado.  Já faz duas semanas que as palavras enlutaram dentro do nosso peito, e o meu diabinho interior serenando-me bombardeia de duvidas a visão já surrada.  E o gosto de vitória e derrota a se confrontarem fazem de mim um joguete.

Você colecionando estrelas e luas em cada galáxia, eu, seu plano ideal ou seu segundo plano, me vi aparentemente frágil e fraco enquanto segurava teus pés e você morria como morrem todos, todos os dias.
(Vinicius Sousa)


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