Os dutos escondem algumas sobras
de certezas. Tenho a leve impressão que as augustas são mariposas sobrevoando a
noite cálida e esotérica de São Paulo. Eu traficaria seus sentimentos, os
exporia na frente dele e de olhos vendados escolheria o melhor, suas mãos
parecem não detectar sua mentira, e o medo me consome quando ele some em meio às
sombras daquele silêncio por mais de uma semana. As figuras se subverteram com
o tempo, eu não sei se ele tem outros amores ou uma caixa abarrotada de ilusões
baratas e finais para um fim de noite efêmero ou alguns finais de semana mais prolongados.
Quem sabe as férias de verão ajudem-no a perceber que a sua vida não ao meu lado,
às vezes tenho a impressão de que ele se engana ou quer mesmo isso, não sei, e
fico assim, uma mala atracada no porto da saudade cheia de duvidas.
Lembro de uma vez em que falei de
amor com uma prostituta e depois um padre eles me diziam coisas diferentes, as
experiências sempre influenciam tudo. A minha ideologia é meu amor. Era a
partir deste, que eu podia pensar em todo o resto e agir todas as coisas.
Quando sua boceta tocou meus lábios quentes e seus gemidos penetraram a minha
pele na letargia do absurdo morri na nostalgia dos sonhos que criávamos num
futuro terminal. As manhãs pareciam contemplar o meu amor, porque acordava com
um gosto na boca de algo vencido. Era um jovem deverasmente louco e velho,
estava amando o inconcebível, mergulhando num mar de raios numa pele sofrida e
dura de cicatrizes. A viagem que você fez escondeu a minha dor e meu temor,
toda vez que as ondas espelhadas se erguem, e mais uma noite vaga no ar penso
em como deve estar, como tem passado. Já
faz duas semanas que as palavras enlutaram dentro do nosso peito, e o meu
diabinho interior serenando-me bombardeia de duvidas a visão já surrada. E o gosto de vitória e derrota a se confrontarem
fazem de mim um joguete.
Você colecionando estrelas e luas
em cada galáxia, eu, seu plano ideal ou seu segundo plano, me vi aparentemente
frágil e fraco enquanto segurava teus pés e você morria como morrem todos,
todos os dias.
(Vinicius Sousa)
Nenhum comentário:
Postar um comentário