08/09/2013

O DIA DEPOIS DE AMÃNHA

Sobre o que escrever agora? Parecem tantos meses que ainda não sei se existe ou se já morreu pra mim. São apenas duas semanas, e os conflitos já nem existem mais, e te pergunto, por isso estamos frios? Por isso estamos separados? Por isso estamos nos perdendo? Eu me choquei hoje e semana passada num mar de fotos e lembranças boas e do que poderíamos ter sido, mas é só minha ilusão. Eu sou apenas um refém dos meus sentimentos.

Alguns já passaram por mim, e eu procurei você neles, algum resquício que lembrava você, mas não completava todo o mosaico. Indago-me se é amor isso que eu sinto por você. Não é vazio, porque vazio é um buraco esperando ser preenchido. É saudade de que algo que volta de um xodó por assim dizer. De um bem querer tão longe daqui, que exalo ao cheirar-te.

Procurei na bagunça das minhas emoções, um começo nosso que fosse sólido, ainda procuro. Sonhei com você hoje enquanto cochilava, você apareceu todo borrado com uma mala nas mãos e uns óculos de sol, podia ouvir turbinas de avião, ver gente indo e vindo de um lado pro outro, guichês repletos de pessoas eufóricas porque faltavam apenas duas semanas para o natal, me dei conta que era dezembro, mas você não sorria, e que mentira a minha, eu só de te vi mesmo borrado em sonhos o resto foi só desejo.

As aves que migram, os barcos que velejam, o meu corpo que cai o seu que se decaí sobre o meu. Tristes histórias foram marcadas por momentos felizes, e você chora porque tudo que foi bom te causa lágrimas, e eu lamento ter dizer isso, não vai ser como antes vai? A flor da minha boca desabrochando nos teus lábios, e eu mais uma vez retornando aos clichês. O dia está amanhecendo e eu estou com medo, cada dia que passa é menos um. Será que vai chegar o nosso dia?


(Vinicius Sousa)

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